Pesquisando sobre a cultura popular paulista acabei por encontrar uma associação que se dedica à preservação, registro e fomento à cultura, tradição e folclore brasileiros, dando ênfase às manifestações da Região Sudeste e à cultura dos afro descendentes.
A Associação Cultural Cachuera tem uma boa biblioteca, com variados livros sobre o tema, que pode ser consultada pelo público em geral. Tem ainda importantes registros de manifestações populares gravados em DVDs, que são vendidos a preço muito acessível.
Recomendo, aos interessados na cultura paulista, a publicação São Paulo, Corpo e Alma, um produto cultural que inclui livro, CD e DVD com musica, dança e teatro típicos do Estado de São Paulo.
Vale a pena fazer-lhes uma visita.
Associação Cultural Cachuera.
Rua Monte Alegre, 1094
São Paulo – SP
Fones: 3872-8113
www.cachuera.org.br
Conheça o projeto Brasil Boiadeiro. Através desse Blog você poderá falar diretamente com os documentaristas que estão trabalhando na preservação da cultura do homem do campo brasileiro.
Jacarés da Fazenda Santa Cruz
Filhote de Arara Azul
Cavaleiros no alagado
terça-feira, 16 de dezembro de 2008
quinta-feira, 11 de dezembro de 2008
Chrysler do Brasil, bem-vinda ao Boiadeiros-SP
A Chrysler do Brasil passa a integrar o quadro de patrocinadores de nosso projeto e o veículo que utilizaremos em nossas expedições será a picape 4x4 Dodge Ram, de fabricação dessa empresa.
Agradecemos a confiança da Chrysler em nosso trabalho e seu apoio à preservação do patrimônio cultural imaterial do povo brasileiro.
Agradecemos a confiança da Chrysler em nosso trabalho e seu apoio à preservação do patrimônio cultural imaterial do povo brasileiro.
quinta-feira, 13 de novembro de 2008
Revista Oficial - 4x4 e Cia
Tenho o prazer de informar, aos que acompanham o desenvolvimento de Boiadeiros - SP, que a Revista 4x4 e Cia, conceituada publicação do seguimento de veículos 4x4, será a revista oficial do projeto, trazendo, em suas páginas, informações sobre as expedições que realizaremos.
Sentimo-nos honrados com essa parceria, pois 4x4 e Cia, além de relatos e dicas sobre trilhas e outras atividades para aficionados do Off Road, sempre traz em suas reportagens informações de relevância cultural, tendo assim muita afinidade com os objetivos de nosso projeto.
Isso fará com que as informações de nosso documentário cheguem a muito mais pessoas, os costumeiros leitores desse excelente periódico.
Sentimo-nos honrados com essa parceria, pois 4x4 e Cia, além de relatos e dicas sobre trilhas e outras atividades para aficionados do Off Road, sempre traz em suas reportagens informações de relevância cultural, tendo assim muita afinidade com os objetivos de nosso projeto.
Isso fará com que as informações de nosso documentário cheguem a muito mais pessoas, os costumeiros leitores desse excelente periódico.
quinta-feira, 30 de outubro de 2008
A Paulistânia Caipira
A Gênese do Caipira
O caipira é um dos tipos do homem rural brasileiro. Num primeiro momento, surgiu do cruzamento entre o português e o índio. Mais comum e especificamente falando, entre o português e a índia.
Os primeiros colonizadores, que aportaram nas costas brasileiras, chegaram desacompanhados e, aproveitando-se da liberalidade sexual dos indígenas locais, passaram a ter vida marital com as mulheres da terra. O padre Nóbrega muito bem definiu esse fato em sua carta ao rei, escrita em 1549, época da fundação das primeiras vilas paulistas, declarando “estar o interior do país cheio de cristãos multiplicando-se segundo os hábitos gentílicos”. Pedia ainda que lhe enviassem órfãs ou mesmo “mulheres que fossem erradas, que todas achariam maridos, por essa terra larga e grossa”, mas a demanda por esposas foi muito maior do que a disponibilidade, ou vontade, de pretendentes femininas oriundas de Portugal.
Esses mestiços nascidos, chamados mamelucos, e que falavam a Língua Geral, que era o Tupi-Guarani adaptado pelos Jesuítas, foram os primeiros paulistas. Um povo que foi de vital importância na formação do Brasil como nação, desbravando e tomando posse das terras interiores, através das Bandeiras. Primeiro foram em busca de índios, para tornarem cativos, depois de ouro e pedras preciosas.
A Fase da Mineração
A descoberta do ouro levou esses paulistas a se fixarem em locais distantes da Vila de São Paulo e arredores. Exauridas as jazidas e sem o que fazer nos grandes centros mineradores, aconteceu uma verdadeira diáspora. Esse povo andejo ocupou uma grande área, hoje definida como Paulistânia.
A Paulistânia compreende o Estado de São Paulo, e parte de: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Logicamente existem algumas diferenças entre uma e outra região, mas a maior parte das características culturais é comum a todos.
A Cultura Caipira
A sociedade caipira se estruturou em propriedades rurais ocupadas principalmente com atividades e culturas de subsistência, produzindo o necessário para a sobrevivência de seus membros. Plantavam roça de milho e feijão, criavam porcos e galinhas no terreiro ao redor da casa, tinham um pequeno rebanho de vacas leiteiras, produziam queijo, toucinho e lingüiça, sendo auto suficientes de víveres para sua manutenção.
Dos portugueses herdaram o culto religioso do catolicismo, sendo as festas em homenagem aos Santos o ponto alto de sua vida social. Os hábitos alimentares e a forma de cozinhar também são de origem européia.
Dos negros, que com a mineração e ciclo do café passaram a integrar sua sociedade, adquiriram hábitos culturais que transformaram em manifestações próprias, como a Congada, o Moçambique, o Batuque, Samba de Roda e outros. A cultura caipira se enriqueceu com as influências africanas. As origens do Samba Paulistano estão intimamente ligadas à cidade de Bom Jesus de Pirapora, de onde vieram os primeiros sambistas, egressos de grupos de Samba de Roda dessa cidade tipicamente caipira.
Dos índios também preservaram vários hábitos, dentre eles o de incorporar o lazer ao seu cotidiano. O caipira praticava a caça e a pesca como principais atividades de lazer, sendo o resultado dessas um reforço à sua dieta.
A unidade básica da sociedade caipira era o Bairro, que em nada se parece com os Bairros urbanos a que estamos acostumados. Eram pequenos grupos de propriedades rurais próximas, onde as pessoas não tinham contato direto, porém se sentiam como uma comunidade. Os caipiras viviam isolados, mas periodicamente se encontravam em razão de atividades comunitárias do Bairro. Quando se casavam seus filhos, a casa do jovem casal era construída em forma de mutirão, com a colaboração dos vizinhos, quando era feita uma festa para algum Santo, todo o bairro participava de sua organização, e várias outras atividades eram desenvolvidas em comunidade.
A Extinção do Caipira
Essa sociedade se manteve estável, sem conflitos evidentes, até meados da década de 1950. A transformação do país de economia agrícola numa sociedade industrializada desestabilizou toda a estrutura social do caipira. Novos hábitos e tecnologias estrangeiras, o apelo consumista, a busca de novos horizontes e a especulação imobiliária somadas à inexistência de políticas governamentais que incentivassem a permanência do homem no campo, provocaram uma verdadeira debandada em direção aos grandes centros, sendo a cidade de São Paulo o principal destino dessa população despreparada e desamparada. Darcy Ribeiro resumia essa situação acontecida dizendo que “essa gente foi enxotada de suas terras”. Antônio Candido completa isso com a observação de que “São Paulo foi um grande moedor de caipiras”.
Chegando à cidade, a primeira coisa que o homem do campo perdia era sua identidade, deixava de ser Nhô Dito Violeiro, Seo Zé da Venda ou Dona Cotinha e transformava-se em anônimo, mais um a vagar dentre a massa de pernas e braços a trabalhar na construção da grande metrópole que o engolira.
A cultura caipira tradicional está em processo de extinção. O contato com uma nova realidade social e econômica e com culturas diferentes a alterou profundamente, bem como essa influenciou nas características culturais da nova sociedade urbana que ajudou a formar. Um exemplo muito claro está na música. O caipira emprestou sua música aos moradores da cidade que a transformaram em canções sertanejas, com nítida influência de novos ritmos e modos estrangeiros. Essa música, ouvida pelas massas urbanas, retornou às pequenas comunidades caipiras, que resistiram ao tempo, sendo hoje parte de seu cotidiano.
É a antropofagia cultural, tão falada por Mario de Andrade e outros modernistas, que se firma como grande característica do povo brasileiro. É por isso que, hoje, muitos daqueles nascidos na grande cidade reconhecem-se na figura do caipira picando fumo, comendo feijão tropeiro, pescando lambari ou tocando viola de papo pro ar, e ficam nostálgicos, melancólicos, sentindo saudades de um tempo ancestral.
Bibliografia Recomendada – O Povo Brasileiro – Darcy Ribeiro / Os Sertões – Euclides da Cunha / Monções – Sérgio Buarque de Holanda.
O caipira é um dos tipos do homem rural brasileiro. Num primeiro momento, surgiu do cruzamento entre o português e o índio. Mais comum e especificamente falando, entre o português e a índia.
Os primeiros colonizadores, que aportaram nas costas brasileiras, chegaram desacompanhados e, aproveitando-se da liberalidade sexual dos indígenas locais, passaram a ter vida marital com as mulheres da terra. O padre Nóbrega muito bem definiu esse fato em sua carta ao rei, escrita em 1549, época da fundação das primeiras vilas paulistas, declarando “estar o interior do país cheio de cristãos multiplicando-se segundo os hábitos gentílicos”. Pedia ainda que lhe enviassem órfãs ou mesmo “mulheres que fossem erradas, que todas achariam maridos, por essa terra larga e grossa”, mas a demanda por esposas foi muito maior do que a disponibilidade, ou vontade, de pretendentes femininas oriundas de Portugal.
Esses mestiços nascidos, chamados mamelucos, e que falavam a Língua Geral, que era o Tupi-Guarani adaptado pelos Jesuítas, foram os primeiros paulistas. Um povo que foi de vital importância na formação do Brasil como nação, desbravando e tomando posse das terras interiores, através das Bandeiras. Primeiro foram em busca de índios, para tornarem cativos, depois de ouro e pedras preciosas.
A Fase da Mineração
A descoberta do ouro levou esses paulistas a se fixarem em locais distantes da Vila de São Paulo e arredores. Exauridas as jazidas e sem o que fazer nos grandes centros mineradores, aconteceu uma verdadeira diáspora. Esse povo andejo ocupou uma grande área, hoje definida como Paulistânia.
A Paulistânia compreende o Estado de São Paulo, e parte de: Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Paraná, Rio de Janeiro e Espírito Santo. Logicamente existem algumas diferenças entre uma e outra região, mas a maior parte das características culturais é comum a todos.
A Cultura Caipira
A sociedade caipira se estruturou em propriedades rurais ocupadas principalmente com atividades e culturas de subsistência, produzindo o necessário para a sobrevivência de seus membros. Plantavam roça de milho e feijão, criavam porcos e galinhas no terreiro ao redor da casa, tinham um pequeno rebanho de vacas leiteiras, produziam queijo, toucinho e lingüiça, sendo auto suficientes de víveres para sua manutenção.
Dos portugueses herdaram o culto religioso do catolicismo, sendo as festas em homenagem aos Santos o ponto alto de sua vida social. Os hábitos alimentares e a forma de cozinhar também são de origem européia.
Dos negros, que com a mineração e ciclo do café passaram a integrar sua sociedade, adquiriram hábitos culturais que transformaram em manifestações próprias, como a Congada, o Moçambique, o Batuque, Samba de Roda e outros. A cultura caipira se enriqueceu com as influências africanas. As origens do Samba Paulistano estão intimamente ligadas à cidade de Bom Jesus de Pirapora, de onde vieram os primeiros sambistas, egressos de grupos de Samba de Roda dessa cidade tipicamente caipira.
Dos índios também preservaram vários hábitos, dentre eles o de incorporar o lazer ao seu cotidiano. O caipira praticava a caça e a pesca como principais atividades de lazer, sendo o resultado dessas um reforço à sua dieta.
A unidade básica da sociedade caipira era o Bairro, que em nada se parece com os Bairros urbanos a que estamos acostumados. Eram pequenos grupos de propriedades rurais próximas, onde as pessoas não tinham contato direto, porém se sentiam como uma comunidade. Os caipiras viviam isolados, mas periodicamente se encontravam em razão de atividades comunitárias do Bairro. Quando se casavam seus filhos, a casa do jovem casal era construída em forma de mutirão, com a colaboração dos vizinhos, quando era feita uma festa para algum Santo, todo o bairro participava de sua organização, e várias outras atividades eram desenvolvidas em comunidade.
A Extinção do Caipira
Essa sociedade se manteve estável, sem conflitos evidentes, até meados da década de 1950. A transformação do país de economia agrícola numa sociedade industrializada desestabilizou toda a estrutura social do caipira. Novos hábitos e tecnologias estrangeiras, o apelo consumista, a busca de novos horizontes e a especulação imobiliária somadas à inexistência de políticas governamentais que incentivassem a permanência do homem no campo, provocaram uma verdadeira debandada em direção aos grandes centros, sendo a cidade de São Paulo o principal destino dessa população despreparada e desamparada. Darcy Ribeiro resumia essa situação acontecida dizendo que “essa gente foi enxotada de suas terras”. Antônio Candido completa isso com a observação de que “São Paulo foi um grande moedor de caipiras”.
Chegando à cidade, a primeira coisa que o homem do campo perdia era sua identidade, deixava de ser Nhô Dito Violeiro, Seo Zé da Venda ou Dona Cotinha e transformava-se em anônimo, mais um a vagar dentre a massa de pernas e braços a trabalhar na construção da grande metrópole que o engolira.
A cultura caipira tradicional está em processo de extinção. O contato com uma nova realidade social e econômica e com culturas diferentes a alterou profundamente, bem como essa influenciou nas características culturais da nova sociedade urbana que ajudou a formar. Um exemplo muito claro está na música. O caipira emprestou sua música aos moradores da cidade que a transformaram em canções sertanejas, com nítida influência de novos ritmos e modos estrangeiros. Essa música, ouvida pelas massas urbanas, retornou às pequenas comunidades caipiras, que resistiram ao tempo, sendo hoje parte de seu cotidiano.
É a antropofagia cultural, tão falada por Mario de Andrade e outros modernistas, que se firma como grande característica do povo brasileiro. É por isso que, hoje, muitos daqueles nascidos na grande cidade reconhecem-se na figura do caipira picando fumo, comendo feijão tropeiro, pescando lambari ou tocando viola de papo pro ar, e ficam nostálgicos, melancólicos, sentindo saudades de um tempo ancestral.
Bibliografia Recomendada – O Povo Brasileiro – Darcy Ribeiro / Os Sertões – Euclides da Cunha / Monções – Sérgio Buarque de Holanda.
terça-feira, 28 de outubro de 2008
Museu do Tropeiro de Boituva
Aos interessados em mais informações sobre o Tropeirismo, gostaria de sugerir uma visita ao Museu do Tropeiro de Boituva. Fundado em 1995, por Isael Cruz, seu curador até os dias de hoje, o Museu mantém à mostra um acervo de peças de uso cotidiano dos antigos tropeiros como: selas, arreios, alforjes, berrantes, relhos, rebenques, laços, ferraduras, cabeçadas, bridões, freios, e muitos outros.
Além da mostra permanente de materiais e objetos históricos, o Museu promove a preservação do patrimônio cultural imaterial, que consiste de manifestações culturais populares, surgidas dos costumes tropeiros, e que hoje são revividas através de eventos que o Museu organiza, como: tropeadas, que são cavalgadas pelos antigos caminhos das tropas; apresentações musicais, com música regional de raiz; danças e bailes com música folclórica.
O Restaurante do Museu entra em funcionamento aos finais de semana. Nele, você e sua família, poderão provar da mais tradicional cozinha tropeira.
Endereço do Museu do Tropeiro de Boituva:
Estrada Laércio Marson, 355 – Bairro Jerivá – Sitio do Zé Bueno – Boituva – SP
Telefone: 0xx15- 3263.38.87
Além da mostra permanente de materiais e objetos históricos, o Museu promove a preservação do patrimônio cultural imaterial, que consiste de manifestações culturais populares, surgidas dos costumes tropeiros, e que hoje são revividas através de eventos que o Museu organiza, como: tropeadas, que são cavalgadas pelos antigos caminhos das tropas; apresentações musicais, com música regional de raiz; danças e bailes com música folclórica.
O Restaurante do Museu entra em funcionamento aos finais de semana. Nele, você e sua família, poderão provar da mais tradicional cozinha tropeira.
Endereço do Museu do Tropeiro de Boituva:
Estrada Laércio Marson, 355 – Bairro Jerivá – Sitio do Zé Bueno – Boituva – SP
Telefone: 0xx15- 3263.38.87
terça-feira, 14 de outubro de 2008
Expedição Experimental
Em julho deste ano de 2008, fomos convidados, pela Secretaria de Turismo do Estado de São Paulo, a participar da III Tropeada pelo Caminho Paulista das Tropas. Essa manifestação, da qual já ouvira falar, é uma coisa relativamente nova. Trata-se de uma forma de busca das raízes culturais, do povo daquela região, através de uma nova atividade, que recria uma tradição há tempos extinta. Um exemplo de resistência cultural.
O caminho paulista das tropas é a antiga rota por onde passavam tropeiros, conduzindo seus animais de tração, vindos do Rio Grande do Sul com destino a Sorocaba, onde acontecia a Feira de Muares. A esta feira compareciam homens de negócio e tropeiros de carga de todo o Brasil, a fim de adquirir burros e mulas para o desenvolvimento de suas atividades. A criação e comércio desses animais foram de grande importância econômica ao Brasil. Ela aconteceu, em grande escala, desde cerca de 1750 até a década 1890, quando tivemos a ultima feira de Sorocaba.
A tração animal era a força motriz de qualquer atividade. Na agricultura o preparo do solo, processamento de alimentos em moinhos e da cana-de-açúcar em moendas, eram tarefas realizadas graças à força animal. Na pecuária, a atividade de manejo dos rebanhos era feita com o auxilio de montarias. Todo o transporte, de mercadorias ou pessoas, também era feito por animais.
O advento do motor a vapor, da locomotiva e, mais tarde, do motor a explosão, trouxe à sociedade da época novas alternativas, muito mais eficazes, para processar seus produtos agrícolas e servir-lhes de transporte, tornando o burro obsoleto, o que fez com que a procura desses animais para trabalho se reduzisse consideravelmente, encerrando o ciclo econômico chamado de Tropeirismo.
A ultima tropeada, da qual se tinha notícia, aconteceu na década de 1930, quando uma grande tropa de burros foi trazida do Rio Grande do Sul, por encomenda da Prefeitura do Rio de Janeiro, para ser empregada na tração dos carroções que faziam a coleta municipal de lixo. Estando essa atividade extinta desde então.
A Tropeada atual ressuscitou essa tradição. Os modernos tropeiros refazem, em lombo de burro, a rota do antigo Caminho das Tropas. Durante esse trajeto, muitos dos costumes tropeiros voltam à vida: a conversa em volta das fogueiras feitas nos pousos, recheadas de “causos caipiras” contados entre uma moda de viola e outra; a comida típica preparada em fogo de lenha; os churrascos tradicionais, com a carne assada em valas cavadas na terra, são corriqueiros durante a viajem.
A vestimenta dos tropeiros também é semelhante à usada nos antigos tempos. Os apetrechos de montaria, como arreios, selas, cabeçadas, relhos, laços, freios e bridões, muitas vezes não apenas reproduzem o desenho das antigas tralhas, são peças autênticas, dignas de fazerem parte do acervo de algum museu. Durante a tropeada, acontece um forte comércio dessas relíquias. Alguns peões se especializaram em garimpar, pelo interior, artigos raros, para depois vendê-los aos tropeiros mais abastados.
Nas paradas muitas prefeituras organizam apresentações de grupos folclóricos. Pudemos assistir a um grupo de dança apresentando uma coreografia de Fandango e a apresentação de outro de Samba de Roda.
Foram dez dias de viajem, partindo de Itararé com destino a Sorocaba, e contamos com a presença de 150 cavaleiros. É um movimento de preservação do patrimônio cultural imaterial, presente nesse folclore revivido, que impressiona por sua força e maciça participação popular. Em todas as cidades por que passamos fomos recebidos por um público muito grande. O ponto alto disso aconteceu na chegada, em Sorocaba, onde nos esperava uma comitiva com cerca de três mil cavaleiros, com os quais desfilamos pela cidade sob aplausos de uma enorme multidão. Isso é uma clara demonstração de que o povo se interessa por sua cultura e tradição, basta dar-lhe oportunidade de participação em eventos culturais como esse, acontecido no sul paulista, a Tropeada.
(Para mais informações sobre a Tropeada visite os sites em link nesse Blog, do Projeto Boiadeiros-SP e do movimento Caminho Paulista das Tropas)
(Para mais informações sobre a Tropeada visite os sites em link nesse Blog, do Projeto Boiadeiros-SP e do movimento Caminho Paulista das Tropas)
segunda-feira, 13 de outubro de 2008
Boiadeiros
Criamos esse Blog para estabelecer uma forma de comunicação entre a equipe de documentaristas do projeto Boiadeiros-SP e pessoas que queiram acompanhar seu desenvolvimento.
Boiadeiros-SP é um documentário fotográfico que pretende registrar, através de doze expedições em veículos 4x4, a rica cultura popular do Estado de São Paulo. Esta iniciativa é de caráter inédito, resultará numa exposição fotográfica e na edição de um livro.
Cada expedição terá duração de dez dias e explorará a cultura de uma determinada região do Estado de São Paulo.
O objetivo maior do projeto é registrar as manifestações culturais regionais típicas, preservando assim o patrimônio cultural imaterial do povo paulista.
Uma primeira expedição, em caráter experimental, já aconteceu. Percorreu doze municípios da região sul paulista, partindo de Itararé, na divisa com o Estado do Paraná, com destino à Sorocaba.
Boiadeiros-SP é um documentário fotográfico que pretende registrar, através de doze expedições em veículos 4x4, a rica cultura popular do Estado de São Paulo. Esta iniciativa é de caráter inédito, resultará numa exposição fotográfica e na edição de um livro.
Cada expedição terá duração de dez dias e explorará a cultura de uma determinada região do Estado de São Paulo.
O objetivo maior do projeto é registrar as manifestações culturais regionais típicas, preservando assim o patrimônio cultural imaterial do povo paulista.
Uma primeira expedição, em caráter experimental, já aconteceu. Percorreu doze municípios da região sul paulista, partindo de Itararé, na divisa com o Estado do Paraná, com destino à Sorocaba.
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